segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Se me Faltasse a Poesia...

Se me faltasse a poesia eu seria só, simples mortal, alheio as coisas do coração.Não me vejo olhando o sol como simples estrela de quinta grandeza, seria impossível manter-se indiferente ao brilho mágico das estrelas, Deus me fez irremediavelmente sensível, me apresentou ao coração, diante disso não aceito rótulos, sou simplesmente alma.
Imagine o palhaço, cara pintada, cabelos coloridos e sem um só rostinho inocente para encher-lhe o coração. Poeta também é assim, ser indeciflável, incógnita quase absurda, um paralelo de sedução, amor e sensibilidade.
Poeta ri dos mortais que procuram desesperadamente por bens materiais, me perdoe a provocação, poeta também sofre das cruéis necessidades materiais, mas o brilho da vida é tão intenso que não há como se prender as futilidades.
Se me faltasse a poesia teria ao menos uma vantagem, a dor me atingiria com menos intensidade, conseguiria rir das desgraças, cultivadas no terreno pútrido da imbecilidade, ignoraria com certo talento a incompetência que corrói vorazmente esta terra.
Me agruparia aos pobres de espírito que calorosamente aplaudem o lixo sob forma humana que rege o caos.
Mas vamos falar de coisas boas, do sol que escandalosamente sorri para você todos os  dias, dos filhos, que são Deus lhe aquecendo o coração da maneira mais explícita possível.
Se me faltasse a poesia, de que me valeria a vida, seria mais feliz na companhia dos anjos e lá de cima sentiria pena de vocês, insensíveis mortais.

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