domingo, 6 de março de 2011

...Se me Faltasse a Poesia

...Se me faltasse a poesia eu seria só, simples mortal, alheio as coisas do coração. Não olho o sol como simples estrela de quinta grandeza, não sou indiferente ao brilho mágico das estrelas, Deus me fez sensível, me apresentou gentilmente ao coração, diante disso não aceito rótulos, sou alma e coração.
Imagine o palhaço, cara pintada, cabelos coloridos e sem um só rostinho inocente para encher de alegria seu coração, poeta também é assim, meio difícil de decifrar, incógnita quase absoluta, um pararelo de sedução, amor e sensibilidade. As flores rodeiam seu corpo, porém são invisíveis.
Poeta ri dos mortais em sua procura desesperada por bens materiais, me perdoe mais uma vez a provocação, mas me perguntariam vocês, poeta não sofre das cruéis necessidades do mundo material? Claro que a resposta é sim, mas há um brilho tão intenso no simples fato de se viver que não há como se prender as futilidades, presentes sim, indispensáveis? Jamais.
Se me faltasse a poesia teria pelo menos uma vantagem, a dor me atingiria com menos intensidade, conseguiria rir da desgraça, cultivada nos terrenos pútridos da franca imbecilidade, ignoraria com certo talento a incompetência que corrói vorazmente este país. Me uniria ao grupo dos pobres de espírito, que calorosamente aplaudem o lixo sob forma humana que comanda esse país.
Mas vamos falar de coisas boas, do sol que escandalosamente nos sorri todos os dias, dos nossos filhos, que representam a presença de  Deus a aquecer nossos corações da maneira mais explícita possível.
Se me faltasse a poesia, de que me valeria a vida, seria mais feliz na companhia dos anjos e lá de cima sentiria pena de vocês, insensíveis mortais.

Nenhum comentário:

Postar um comentário